Evite cometer os mesmos erros de Zezé
para não ter sua carreira prejudicada
Zezé
(Cacau Protásio) aprontou muito em "Avenida Brasil", da Rede Globo.
Na novela de João Emanuel Carneiro, ela divertiu o público com suas fofocas e a
devoção exagerada à Carminha (Adriana Esteves). Mas Zezé cometeu um erro atrás
do outro no trabalho –e no ambiente profissional, qualquer um deles poderia
enterrar definitivamente uma carreira. Relembre quais foram os tropeços
cometidos por ela e aprenda com eles para o bem da sua trajetória.
Transformar-se na ausência do chefe
Em
geral medrosa e discreta quando a mansão do Divino está cheia, Zezé faz a festa
quando os patrões saem de casa. Exemplos? Tenta mandar nos outros empregados e
coloca o som alto para dançar até o chão. Para Ylana Miller, professora e
especialista em gestão de carreiras da faculdade Ibmec, no Rio de Janeiro, o
comportamento de muita gente no ambiente corporativo é semelhante ao da
personagem. "A diferença é que não usam o aspirador, mas o
computador", diz, referindo-se aos que aproveitam a ausência do chefe para
matar o tempo na internet. Outras situações semelhantes: exceder nos
telefonemas pessoais e colocar apelidos pejorativos nos gestores.
"Agir
de modo muito diferente na presença ou na ausência do chefe pode criar uma situação
constrangedora, porque em algum momento a pessoa pode cair em
contradição", declara a consultora de recursos humanos Daniela do Lago, de
São Paulo.
Fazer fofocas e intrigas
Zezé
passou boa parte da trama fofocando sobre Nina –não só para Carminha, mas para
Tufão (Murilo Benício), Muricy (Eliane Giardini) e Jorginho (Cauã Raymond). E
ainda tentou envenenar Janaína (Cláudia Missura) contra a chef de cozinha. Para
Ylana, quem adota esse tipo de comportamento numa empresa quer tanto que os
outros se deem mal que nem percebe que está prejudicando a própria carreira.
"Seu
relacionamento interpessoal fica prejudicado. Afinal, quem deseja uma pessoa
assim por perto? Aos poucos, ela vai deixando de ser convidada para almoços,
reuniões e até projetos novos, que podem fazer a diferença na trajetória
profissional", diz. Chefes mais atentos podem omitir informações
importantes de funcionários fofoqueiros, mudá-los de departamento e vetar
promoções, mesmo que o colaborador demonstre bom desempenho.
"O
pior é que, da mesma maneira que Carminha sempre estimulou as intrigas de Zezé,
em algumas organizações, o gestor é quem fomenta as fofocas, escolhendo algumas
pessoas da equipe para atuarem como olheiros", explica Ylana. A atitude é
típica de chefes inseguros.
Não se atualizar na área
Acostumada
com os hábitos da família de Tufão –que enriqueceu, mas conservou a
simplicidade–, a empregada nunca se preocupou em preparar nada além do trivial.
Quando Nina chegou à mansão e encantou a todos com seus dotes culinários e
maneiras refinadas, Zezé começou a se sentir ameaçada e se deixou dominar pela
inveja, principalmente depois de os Tufão começaram a compará-la com a nova
funcionária. E Nina se dispôs a ensinar o que sabia, mas Zezé não quis
aproveitar. No fim, ela saiu perdendo. No universo corporativo acontece o
mesmo.
"O
que há algum tempo era visto como opção, hoje, se tornou uma exigência do
mercado: a educação continuada. É fundamental para qualquer pessoa investir em
cursos, palestras, eventos e fóruns de discussão sobre a área em que
atua", explica Aline, da Catho.
Ter medo de perder o emprego
Segundo
Aline, o medo de perder o emprego pode ser prejudicial à carreira, porque a
pessoa corre o risco de ficar conhecida de duas formas diferentes: puxa-saco ou
omisso –o que não se desenvolve porque observa tudo calado, com medo de expor
suas idéias e ser demitido. A Zezé de "Avenida Brasil" se encaixa nos
dois casos.
"Cabe
ao profissional conscientizar-se de que ficar calado ao invés de expor suas
idéias ou bajular o chefe não trazem garantia nenhuma de emprego", afirma
Aline. Para ela, é fundamental vencer a timidez e o pavor da demissão e pecar
pelo excesso, em vez de errar pela falta. “O mercado espera que as pessoas
sejam criativas e que ajudem a empresa a crescer”, conta.
Para
Ylana Miller, esse medo fica ainda maior quando aparece alguém mais capacitado
no escritório –não foi à toa que Zezé detestou Nina à primeira vista. "A
pessoa se sente ainda mais angustiada, paralisada e não busca nenhum tipo de
solução. Nem percebe que não é o outro que a derruba, mas ela mesma",
afirma.
Aguentar humilhações
Além
de ter seu trabalho criticado de modo nada profissional por Carminha –aos
berros e com palavras inadequadas– durante toda a trama, Zezé ouviu ofensas e
xingamentos pessoais calada. Para os especialistas, quem se curva uma vez abre
precedentes para outras situações de assédio moral. "Muitas pessoas se
sujeitam às humilhações por não conhecerem seus direitos e por acreditarem em
antigos paradigmas de trabalho, como, por exemplo, ‘manda quem pode, obedece
quem tem juízo’", diz Daniela do Lago.
Uma
forma de neutralizar o comportamento de um chefe tirano é ser firme, porém
ponderado, segundo Ylana. Se a pessoa estiver gritando, simplesmente diga: ‘não
gosto que gritem comigo’ ou ‘acho que esse não é o melhor momento para
conversarmos, que tal esperar os ânimos se acalmarem?’. E lembre-se: use sempre
em um tom de voz calmo.
"Não
aja da mesma maneira que o superior e evite a ironia”, diz Ylana. No caso da
novela, Zezé sempre teve medo de reagir aos insultos de Carminha, pois sabe que
nunca foi a funcionária ideal: ironizava a patroa pelas costas e não oferecia
um trabalho impecável.
Fonte:
UOL Mulher Comportamento
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