O LinkedIn funciona para encontrar trabalho?
FELIPE MAIA
DE SÃO PAULO
Empresas estão de olho no que você faz na internet, e ferramentas como o LinkedIn, uma rede social com foco na vida profissional dos internautas, ganham cada vez mais força na hora de recrutar profissionais.
O site aumentou sua presença no Brasil com o lançamento da versão em português, em 2010. Em dois anos, passou de menos de 1 milhão de brasileiros cadastrados para 8 milhões. Mas ter um perfil no LinkedIn ajuda a conseguir uma vaga ou a receber propostas de trabalho?DE SÃO PAULO
Empresas estão de olho no que você faz na internet, e ferramentas como o LinkedIn, uma rede social com foco na vida profissional dos internautas, ganham cada vez mais força na hora de recrutar profissionais.
Simon Plestenjak/Folhapress |
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Graziela Lanzara foi selecionada por multinacional após contato no LinkedIn |
No Brasil, cem empresas pagam para usar uma ferramenta do LinkedIn que permite fazer buscas nos perfis cadastrados e entrar em contato com os profissionais. No mundo, são mais de 10,4 mil companhias utilizando sistemas de recrutamento do site.
Na Pfizer, o LinkedIn já é o principal meio utilizado para buscar profissionais. "Antes, contratávamos empresas para preencher vagas executivas, porque elas têm um banco de dados rico. Com a internet, isso deixou de ser um diferencial", afirma Lisandra Ambrózio, diretora de RH da empresa.
Já as empresas de recrutamento dizem que preferem recorrer à rede social somente quando não encontram alguém com o perfil desejado no próprio banco de currículos ou se precisam verificar dados de alguém indicado para o posto.
"O LinkedIn é praticamente a última alternativa", diz Winnie Welbergen, gerente da consultoria Hays.
MODELO DE NEGÓCIO
Fundado em 2003, o LinkedIn tem 161 milhões de usuários no mundo. O site permite que empresas tenham acesso aos contatos do usuário somente quando pagam por isso -mais da metade do faturamento da empresa vem desse tipo de serviço.
Com as baixas taxas de desemprego, a tendência é que as empresas busquem mais ativamente os profissionais em vez de esperar que eles se candidatem à vaga.
"Hoje, o mais comum é a empresa fazer uma busca e contatar pessoas que tenham o perfil da vaga, mesmo que estejam empregados", diz Danielle Restivo, gerente de comunicação do LinkedIn.
OPORTUNIDADE
Apenas 18% dos usuários cadastrados na rede estão procurando emprego, mas 60% dos que estão empregados estão abertos a propostas, segundo o LinkedIn.
É o caso de Bruno Pitzer, 35. Ele trabalhava em uma multinacional quando, no ano passado, foi encontrado por meio do site e acabou sendo contratado como gerente na GE.
"Eu tinha uma função parecida, eles viram isso no meu currículo e me mandaram uma mensagem."
Para entrar no radar dos recrutadores, é preciso descrever bem as funções exercidas, o que aumenta a possibilidade de ter o perfil filtrado em uma busca por palavras-chave.
Pitzer, por exemplo, não destaca apenas os nomes dos cargos que já ocupou, mas também os desafios e as realizações de cada função. "Coloco projetos em que trabalhei, tudo especificado."
A médica Graziela Lanzara, 35, foi contratada como gerente na Pfizer em 2011 depois de se candidatar a uma vaga que viu no LinkedIn. "Foi algo proativo. Eu fiz uma busca com a expressão 'gerente médico', vi a oportunidade e me candidatei", diz.
Ser encontrado por meio da rede é apenas a primeira fase do processo. A psicóloga Eveli Marconatto, 29, foi escolhida por meio do LinkedIn para trabalhar na Dell, mas, antes de ser contratada, passou por seis entrevistas. "É só a porta de entrada."
Ter um bom perfil na web é importante para profissionais que estão no início da carreira. Para altos postos, métodos tradicionais de recrutamento ainda prevalecem.
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