'Quero ter carro', diz dona de
casa que terá 1º emprego
como temporária
Mulher que sonha em comprar carro se destacou na entrevista de trabalho.
Série do G1 dá dicas sobre como conseguir emprego temporário.
Aos 41 anos, Maria José Cândida Campos acabou de conseguir o primeiro emprego. O registro na carteira de trabalho é para uma vaga temporária de 3 meses em uma lanchonete em Minas Gerais. Sem experiência, ela buscou uma oportunidade para realização pessoal e por vontade de aumentar a renda da família. “Eu tenho o sonho de comprar um carro para mim. O meu marido tem, mas eu quero ter o meu próprio”, diz.
(Série Como conseguir um trabalho temporário: o G1 publica nesta semana reportagens com exemplos de pessoas que têm trabalhos desse tipo e dicas de onde e quando procurar, os direitos dos temporários, entre outros tópicos.)
Casada há 24 anos, Maria José até então cuidava apenas da casa e dos filhos – dos seis, quatro ainda moram com ela. Nunca tinha procurado emprego ou curso de qualificação por causa do marido, que, segundo ela, não permitia.
Foi preciso muito tempo para a situação ficar mais flexível em casa e ela conseguir convencê-lo. Hoje, todos estão comemorando. A dona de casa tem nas mãos uma carteira de trabalho novinha, que acaba de ser assinada.
O currículo também foi uma novidade da vida dela. Informou a escolaridade e deixou claro que não tinha passagem por outros empregos. A vaga de copeira não exigia experiência e ela se saiu bem na primeira entrevista, eliminado outras duas candidatas. A partir de agora, vai trabalhar com uma equipe de 14 pessoas na lanchonete de um parque ecológico e alambique em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. “Sempre tive vontade de ter um uniforme para trabalhar”, conta.
Se destacou na entrevistaPara a analista de recursos humanos Daniele Moreira, que fez o recrutamento, Maria José se mostrou apta. “As referências pessoais, a postura na entrevista e a conversa com a responsável do setor contaram”, afirmou.
Segundo ela, a candidata mostrou disposição para desempenhar o trabalho, que vai exigir limpeza e organização da cozinha e o manuseio de alimentos. Na seleção, ela passou também por testes psicotécnicos e, por algumas horas, acompanhou como o serviço era desempenhado na cozinha da empresa.
Na última sexta-feira (30), véspera do começo na função, ela buscou o esperado uniforme e entregou os últimos documentos. O G1 acompanhou a chegada da funcionária. “Estou muito feliz”, disse. De cara, recebeu elogios da coordenadora Patrícia Passini. “Ela é tímida, mas tem muita boa vontade. A força de vontade dela contagiou. Ela veio disposta a aprender, a conhecer funções dentro de uma empresa, coisa que ela nunca conheceu”.Maria José foi contratada para cobrir três férias, mas a perspectiva de contratação existe. “É apenas um começo. O crescimento vai depender dela. Está começando agora como copeira, mas não significa que ela vai ficar como copeira para sempre”, completou a analista de recursos humanos.
Seleção de temporário é mais rápida
Assim como Maria José, quem não experiência profissional também pode conseguir se destacar em uma seleção, diz Elaine Saad, gerente geral da Right Management e vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos.
Assim como Maria José, quem não experiência profissional também pode conseguir se destacar em uma seleção, diz Elaine Saad, gerente geral da Right Management e vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos.
Na entrevista, quando a pessoa é iniciante, deve tentar falar de coisas que gosta de fazer, do que a motiva e do quanto está empolgada para iniciar um trabalho. “Um trabalho temporário normalmente é uma grande porta de entrada para quem não tem experiência, uma vez que é uma chance para a pessoa demonstrar sua capacidade durante esse período, gerando na empresa o interesse de tê-la no quadro permanente de funcionários”, diz.
A especialista diz que normalmente a seleção para um temporário tem menos etapas e ocorre de uma forma mais rápida devido à pressão do tempo pela contratação, porém, é um processo seletivo como outro qualquer e o candidato precisa dar a mesma importância que uma vaga efetiva.
A entrevista, segundo Elaine, é diferente da realizada com quem já tem experiência. ”Explora-se muito mais o potencial da pessoa, sua energia, entusiasmo e vontade de desempenhar a função. Mas vale a mesma regra de que o candidato deve ser transparente, falar a verdade e demonstrar seu interesse pelo trabalho.”
Para a recrutadora, Maria José fez certo ao deixar claro que não tinha experiência. “Não devemos mentir numa entrevista. Não ter experiência faz parte da vida profissional de qualquer pessoa. Todos nós temos que iniciar de alguma forma”, explica.
Se o objetivo de conseguir o emprego for juntar dinheiro para comprar algum bem de valor ou viajar, o candidato também deve mencioná-lo na seleção, caso seja questionado sobre a razão de tentar a vaga, pois a empresa pode chamá-lo para nova oportunidade no futuro
Fonte: globo.com Publicado em: 05/10/2011
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