O ASSUNTO É... MERCADO DE TRABALHO

E se o temporário não virar efetivo? Saiba como aproveitar bem a experiência

Especialistas em recursos humanos ouvidos pelo UOL Empregos dizem que, mais importante do que pensar na efetivação, é aproveitar o trabalho por tempo determinado para ampliar os contratos profissionais. Isso pode lhe dar uma vaga efetiva, mesmo que não seja na empresa em que você trabalhou no Natal. 

Aproveite o temporário
Avalie antes de aceitar a vaga para não se arrepender depois Não crie falsas expectativas Procure saber quais são os seus direitos como temporário Relacione-se bem com gestores, colegas e clientes Pergunte à empresa o que ela espera de você Não pergunte se haverá efetivação Delicadamente, mande e-mails para ser lembrado pela empresa depois

"Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que, apesar de ter feito um excelente trabalho como temporário, você pode não ser contratado simplesmente porque a empresa não tem a vaga", diz Sebastião Campos, da consultoria Oliveira Campos. Mas ele garante que a boa imagem que o profissional passou não se perde. 

Ao contrário do que ocorre no processo de seleção das empresas, o profissional tem tempo para demonstrar tudo o que sabe fazer durante o trabalho temporário. Mas, para conseguir mostrar empenho verdadeiro, a preocupação deve vir antes mesmo da assinatura do contrato. 

"É preciso se perguntar, honestamente, se tem afinidade para aquela vaga e para aquela instituição. Se o profissional só aceitou o emprego como emergência, por causa do dinheiro, não pode se frustar depois, por ver todo mundo festejando, enquanto ele trabalha", afirma Celina Beatriz Gazeti, especialista em gestão de pessoas do Cliv Solution Group.

Mesmo que você não esteja na vaga dos seus sonhos, o trabalho temporário tem de ser visto com a seriedade de um posto fixo. "O que está em jogo é o próprio profissional. Seu caráter", diz a gestora. Saber os direitos do empregado temporário e ler atentamente seu contrato também ajuda a não se frustar com o trabalho. 

Passos para a vaga

Bom relacionamento são duas palavras-chave para a empregabilidade, dizem gestores de recursos humanos. E isso significa evitar conflitos desnecessários não apenas com os chefes, mas também com os clientes e os colegas de trabalho, demonstrando interesse -- sincero. Campos diz que a empregabilidade é como uma poupança: cada pessoa com quem você se relaciona é uma moeda depositada na conta, que você vai resgatar depois. A indicação para uma vaga pode vir de qualquer pessoa. 

O profissional precisa também perguntar o que se espera dele. "A maior parte dos gestores não sabe como passar aos funcionários as expectativas que a empresa tem sobre ele. Por isso, você pode perguntar. Descubra como a meta dos vendedores é estabelecida ou se há ou não flexibilidade nos horários de chegada, por exemplo", diz Gazeti. 

Em vez de perguntar a todo momento se a empresa pretende efetivar algum temporário, mostre, delicadamente, que está gostando ou gostou da experiência. "Diga, por exemplo, que apreciou a forma com que trabalham e que é uma pena não poder ficar. Assim, você cria a situação, mas a iniciativa de falar ou não diretamente sobre uma vaga futura tem de partir do gestor", afirma Sebastião Campos.

Com o fim do contrato, você também pode criar situações sutis para ser lembrado pela instituição, até porque, se você disse que gostou da empresa, não pode simplesmente sumir. Mas ligar toda semana perguntando se há vaga "pega mal". 

Assim, você pode, por exemplo, mandar um e-mail indicando um curso na área em que seu ex-colega de trabalho ou gestor estava interessado ou felicitando-os por alguma data. "Mas esqueça e-mails de correntes ou piadas", diz o especialista.

Fonte: UOL EMPREGOS - Publicado em 20/11/2008